quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cananéia

Cananéia, cidade histórica, região onde foi disputada às demarcações de terra e conflitos entre aventureiros e piratas espanhóis, portugueses e franceses, que passavam por ali a procura das riquezas do novo mundo, principalmente as duas maiores potências da época - Portugal e Espanha. Pela cobiça em garantir riquezas Portugal envia uma frota de navios a procura de ouro nesta terras onde se achava inexplorada. Chega aqui em 24 de Janeiro de 1502 a expedição exploratória, comandada por Gaspar de Lemos e o cartógrafo Américo Vespúcio que dando o topônimo à baias, cabos e enseadas, deu-se o nome de Barra do Rio Cananor, trazia com eles o misterioso Bacharel Mestre Cosme Fernandes, degredado de Portugal pelo Rei D. Manuel, como consta no Livro dos Degredos no Museu do Tombo em Lisboa - a 25 graus de ladeza da costa sul do grande mar oceano - o que coincidia com a ilha do meio (Ilha do Cardoso), onde fixaram o marco do Tratado de Tordesilhas (Itacuruçá) em frente à Ilha do Bom Abrigo. Hoje Cananéia tem no turismo e na pesca suas principais atividades e se destaca por dentro dos seus limites seis importantes unidades de conservação ambiental, além de ser um importante núcleo urbano tombado como Patrimônio Histórico pelo CONDEPHAAT, onde se preserva um Patrimônio de valor incalculável vistos através dos casarões restaurados e ruínas conservadas, marco junto ao descobrimento do Brasil. -Links sobre a cidade: http://www.cananeia.net/historia.php http://www.guiadecananeia.com.br/ http://www.cananeia.sp.gov.br/

domingo, 23 de maio de 2010

Ilha da queimada grande

Ilha da Queimada Grande localiza-se a cerca de 35 qilometros o litoral do estado de São Paulo . É desabitada e seu acesso é restrito a cientistas do Instituto Butantan e a analistas ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão federal que administra as unidades de conservação do Brasil. Desde 31 de janeiro de 1984 a ilha é uma Área de Relevante Interesse Ecológico, criada pelo decreto federal 89.336. Há o interesse, por parte de cientistas, ONG´s, mergulhadores e outros, de transformar a ARIE da Ilha da Queimada Grande em Parque Nacional Marinho. A intenção é aumentar a proteção da parte marinha da ilha, que não faz parte do decreto de criação da ARIE. A proposta é aumentar a proteção numa faixa de 2 milhas náuticas no entorno da ilha, local onde existem corais e espécies vulneráveis da fauna marinha, como tartarugas e peixes com a Caranha. Há o registro da reprodução da Caranha no entorno da ilha, em 2003, por pesquisadores da Conservation International - Links sobre a cidade http://www.litoralsulvirtual.com.br/LitoralSul_Ilhas_Queimada_Grande.htm

terça-feira, 11 de maio de 2010

JALAPÃO: Localizado no leste de Tocantins, o Jalapão é um verdadeiro oásis perdido no meio do cerrado.

A região é cortada por inúmeros rios com diversas corredeiras, ideais para prática de rafting, cachoeiras, as maiores com até 25 metros de altura, dunas com até 40 metros de altura e piscinas naturais que se localizam sobre lençois freáticos.
A região é cortada por inúmeros rios com diversas corredeiras, ideais para prática de rafting, cachoeiras, as maiores com até 25 metros de altura, dunas com até 40 metros de altura e piscinas naturais que se localizam sobre lençois freáticos.


- Links sobre a cidade: http://www.jalapao.com/Roteiro.aspx http://jalapao.to.gov.br/ http://www.korubo.com.br/index_br.asp

Turismo, Preservação e Comunidade

Introdução

O turismo, que se alimenta principalmente do patrimônio natural e cultural, é uma faca de dois gumes no que diz respeito à preservação. Por um lado, a vertente tradicional do turismo de massa pode ter efeitos devastadores sobre a cultura, a ecologia e a estética, como se nota em vários lugares de intensa visitação. Por outro lado, o turismo sob formas mais calmas e alternativas, como as diferentes modalidades de turismo cultural e de natureza, é hoje visto como um catalisador do desenvolvimento sustentável, capaz de dinamizar economias locais, preservando ao mesmo tempo a cultura e o meio ambiente. Quanto disso é verdade? Quais são as reais contribuições do turismo para a preservação? Que desafios e possibilidades se abrem para o turismo e o patrimônio neste final de milênio? Como esse difícil diálogo se traduz em ações concretas de planejamento no Brasil hoje?

Turismo e Preservação: Conflitos e Possibilidades

Durante os anos 70 começou-se a criticar o impacto negativo do turismo de massas sobre o meio ambiente, apontando-se a devastação de áreas naturais, como parques e zonas costeiras, até o comprometimento da qualidade de vida nos centros históricos das cidades, causada por congestionamento, todo tipo de poluição e danos, aumento de violência e crescimento desordenado da periferia. Na década de 80 falou-se muito na necessidade de desenvolver formas alternativas de turismo, através de uma abordagem holística da atividade, de forma a beneficiar visitantes e visitados. O hemisfério norte investiu muito em suas cidades turísticas, na diversificação de seus atrativos, na interpretação e apresentação de seu patrimônio. O planejamento fez-se, no entanto, sem uma efetiva parceria criativa entre órgãos de preservação e turismo, sem o efetivo envolvimento da população e de suas práticas culturais, que foram, em muitos casos, excluídos e pasteurizados para o rápido consumo turístico. O resultado pode ser visto ainda hoje quando se passeia por algumas cidades européias, por exemplo. Tem-se a impressão do déjà vu, tal a mesmice de certas paisagens urbanas, esvaziadas de conteúdo sócio-cultural, meros cenários de filme ou shopping centres ao ar livre, com decoração e mobiliário semelhante e lojas sempre iguais, a celebração do não-lugar no cenário global. O prazer da visita é comprometido, aqui e lá, por razões distintas, sendo o denominador comum a concentração de gente e barulho. É só nesta década, especialmente após a Eco92 no Rio de Janeiro, que a questão da sustentabilidade ganhou conceitos e formas concretas, levando a novas concepções de como desenvolver o turismo, e todas as atividades correlatas, de forma sustentável. Hoje, concorda-se que o turismo sustentado deve voltar-se para harmonizar as necessidades de seus quatro componentes: a comunidade receptora, os visitantes, o meio ambiente e a própria atividade. Se bem planejado dentro dos princípios da sustentabilidade, o turismo pode ter um impacto positivo e ser um catalisador para a restauração, preservação e revitalização de paisagens naturais e culturais, pode reforçar a cultura local e contribuir para a geração de empregos e renda das comunidades.

Planejamento Participativo e Parcerias para Ação

Além de levar em consideração a preservação da natureza, da cultura e dos processos produtivos locais, o planejamento sustentável deve adotar uma abordagem que trabalhe a mentalidade da população nativa e os hábitos das organizações turísticas locais. Ou seja, levar em conta os medos, desejos e necessidades da população local tornou-se essencial no planejamento turístico hoje.

Resumindo, o planejamento do turismo com a comunidade é visto como necessário ao desenvolvimento sustentável por duas razões principais:


1. Se o desenvolvimento do turismo não for compatível com desejos e objetivos da comunidade, ou for dominado por interesses econômicos exclusivamente externos, conflitos e tensões podem resultar no declínio do turismo. 2. Residentes têm o direito de serem envolvidos no desenvolvimento de uma indústria que sempre traz custos e benefícios para sua comunidade. Planejar com, ao invés de para (a comunidade), não é fácil, uma vez que: 1. A dependência de recursos externos, públicos ou privados, impede o controle local. 2. E os objetivos econômicos individuais de curto prazo tendem a predominar sobre os objetivos comunitários de longo prazo. 3. Há falta de informação e treinamento 4. Falta visão e interesse e compromisso daqueles não envolvidos diretamente com o turismo Assim, o envolvimento da comunidade é vital para o desenvolvimento sustentado do turismo, desde que faça parte de uma estratégia mais ampla e integrada, o que requer sólidas parceiras entre organizações públicas e privadas.

Interpretação do Patrimônio: comunicando com o turista

Num contexto de rápido crescimento do turismo cultural e de natureza em suas várias formas, a interpretação e apresentação do patrimônio natural e cultural tornaram-se cruciais para despertar atitudes preservacionistas, tanto das comunidades receptoras e dos visitantes, quanto dos empreendedores turísticos. Em julho de 1999, realizou-se na Universidade de Bournemouth, Inglaterra, a conferência internacional Apresentação e Interpretação do Patrimônio na Europa, destinado a avaliar a prática européia, bem como as tendências e perspectivas da interpretação para o próximo milênio. As apresentações técnicas e acadêmicas revelaram uma preocupação comum: a de que, neste final de milênio, a humanidade não está realmente ganhando a luta pela preservação, por maior que tenha sido até aqui o esforço em tombar conjuntos históricos e restaurá-los, em delimitar áreas naturais de conservação e proteção e em estabelecer parâmetros sustentáveis para o planejamento turístico. Vale dizer, os padrões de desenvolvimento e de comportamento têm sido mais destrutivos que preservacionistas. Por outro lado, várias comunicações revelaram também uma certeza comum: a de que a única chance de reverter esse quadro que temos hoje é de trazer a preservação para o coração e a mente das pessoas, lidar com suas emoções de forma a desenvolver nelas afeição pelo ambiente que as circunda, pelo espaço público, pela natureza, pela vida silvestre, por sítios históricos. A construção de atrações culturais e naturais é crucial para o desenvolvimento do turismo sustentado e necessário para reconciliar os interesses da preservação e do desenvolvimento. Uma boa atração, por sua vez, é desenvolvida em torno de um conceito construído a partir da interpretação das histórias, lendas e segredos do lugar. Duas perguntas são essenciais no desenvolvimento de uma atração natural ou cultural: qual é o espírito do lugar? E como transmiti-lo aos visitantes? As respostas a essas perguntas estão em grande parte com a comunidade, que precisa ser estimulada a buscá-las na memória coletiva, em sua história oral e documentada. Uma boa tarefa conjunta para os órgãos de preservação e de turismo: envolver, desde o início, os moradores no levantamento do inventário cultural e turístico de suas localidade, e dar-lhes um canal de expressão para os vários sentidos que atribuem ao seu patrimônio. As paisagens urbanas e naturais são multivocais, isto é, um mesmo objeto, lugar ou fenômeno tem, geralmente, vários sentidos e identidades, de acordo com quem os atribui ao longo do tempo. São as várias vozes da comunidade, as várias narrativas, tempos e motivos diferentes - os econômicos, os estéticos e os políticos. Por outro lado, sabe-se que a pessoa média está mais interessada em pessoas e nos usos que fazem de lugares e coisas, que em arquitetura, geologia ou cerâmica. Assim, dar um canal de expressão para as várias vozes da comunidade interpretarem seu patrimônio enriquece a interpretação e a experiência vivencial do visitante, ao mesmo tempo em que valoriza o lugar. Mais que informação, interpretar é revelar significados, é provocar emoções, é estimular a curiosidade, é entreter e inspirar novas atitudes no visitante, é prover uma experiência inesquecível com qualidade. Para atingir seus objetivos, a interpretação utiliza várias artes da comunicação humana - teatro, literatura, poesia, fotografia, desenho, escultura, arquitetura - sem se confundir, no entanto com os meios de comunicação ou equipamentos que lhe servem de veículos para expressar mensagens: placas, painéis, folders, mapas, guias, centros, museus, etc. Nada substitui, no entanto, a interpretação ao vivo, quando realizada com guias sensíveis ao ambiente e às necessidades dos visitantes. Interpretar com a comunidade exige uma estratégia de comunicação social efetiva e permanente dos órgãos de preservação com os herdeiros do rico e variado patrimônio natural e cultural do país. Tanto o IPHAN quanto o Ibama e seus braços estaduais não têm esta tradição (por várias razões que não cabem aqui comentar), concentrando seus esforços, geralmente, em ações de normatização e fiscalização, com raras exceções. Mesmo os monumentos, conjuntos e áreas mais visitados, raramente são devidamente interpretados e apresentados para os vários tipos de usuários. Assim, os próprios moradores e administradores locais não se envolvem na proteção e valorização de algo que não são estimulados a valorizar e interpretar para si mesmos. Por outro lado, sem ter muito o que ver e usufruir em termos de atrações culturais e naturais bem montadas, os visitantes acabam por não entender nem valorizar as ações de preservação, muito menos por desenvolver atitudes de apreciação e proteção de ambientes naturais e culturais. Os órgãos oficiais de turismo, por sua vez, investem quase exclusivamente na promoção de lugares como destinos turísticos, uma vez que a atividade é dominada por transporte, acomodação e operação. A tarefa de sensibilizar as administrações locais e os próprios comerciantes e empresários do setor para o planejamento e desenvolvimento do turismo sustentável é apenas uma tarefa secundária e descontinuada (o PNMT é a rara e insuficiente exceção da política deste setor). Não há, concretamente, um programa conjunto com os órgãos de preservação para promover o desenvolvimento cultural das comunidades, reciclar suas habilidades para as novas vocações abertas pelo turismo cultural ecológico, direcionar os investimentos do setor para serviços e equipamentos adequados ao local.

Conclusão

O Desenvolvimento sustentado do turismo cultural e ecológico no Brasil depende de:

Capacidade de desenvolvimento do produto turístico integrado: atrações cultural-ecológicas ligadas por roteiros adequados, amparados por infraestrutura suficiente e equipamentos e serviços de qualidade. Vale dizer, capacidade de planejamento para ação. A formação de público para as várias formas de turismo cultural e "verde", através da interpretação: sensibilização através da aprendizagem informal da comunidade e dos visitantes. Parcerias para marketing integrado, através de rede de informação para o turista e marketing externo para mercados emissores. A interpretação é, portanto, instrumento essencial na gestão do patrimônio e no desenvolvimento do turismo diversificado e sustentável porque: Diversifica as atrações turísticas e de lazer de determinada localidade. Provê oportunidades de aprendizagem informal no campo da educação ambiental e patrimonial. Orienta os fluxos de visitação, protegendo ambientes frágeis. Provê instrumental de planejamento em parceria com a comunidade. Racionaliza as ações dos órgãos de patrimônio, meio ambiente, planejamento urbano e turismo.

O Caso Brasileiro: Perspectivas e tendências

O desenvolvimento do turismo cultural no país depende da capacidade dos órgãos públicos de preservação e turismo estruturarem programas conjuntos a serem implantados localmente em parceria com a comunidade latu sensu: prefeituras, moradores, comerciantes e empresários locais, escolas e associações, Ongs e igrejas. Em sintonia com o que acontece no restante da vida do país, estamos, também aqui, a depender da capacidade de sensibilizar e mobilizar pessoas e recursos para a causa da preservação com desenvolvimento. O turismo não é apenas uma questão econômica, é uma alternativa de desenvolvimento social e cultural das localidades brasileiras. É por isso que deve estar presente nos programas conjuntos de comunicação do patrimônio com seus herdeiros, ajudando a realizar o encontro do patrimônio com a comunidade desde o inventário cultural até sua interpretação e apresentação ao público. Até realizarmos isso, todo brasileiro continuará a sentir-se como um filho deserdado, o patrimônio será sempre do outro, do Estado brasileiro, dos acadêmicos, dos especialistas que o guardam a sete chaves. Se conseguirmos realizar essas tarefas, as perspectivas que se abrem para o turismo cultural são fantásticas, dada a riqueza da diversidade cultural do país. Podemos pensar em vários tipos de roteiros para o turismo de interesse especial, que tem a preservação como denominador comum e que representa uma efetiva perspectiva de desenvolvimento para as localidades a médio e longo prazo: o turismo histórico, arquitetônico, artístico, gastronômico, rural, educacional, esotérico. É de se esperar que a interpretação e apresentação do patrimônio sigam a tendência internacional de países com tradição na área de turismo histórico cultural, revelada nesses últimos anos do milênio.